O programa ‘Café com Notícias’ desta segunda-feira (8), na TV Assembleia, apresentado pela jornalista Elda Borges, entrevistou o educador financeiro Ranio de Jesus Azevedo Gamita. Na conversa, o especialista deu dicas e falou sobre como planejar os gastos.
Ranio Gamita é membro e vice-presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (ABEFIN), presidindo a regional da entidade no estado. É graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e professor da Faculdade Atenas Maranhense e do Instituto Maranhense de Ensino e Cultura (IMEC).
Segundo o professor Ranio Gamita, viver o ano “no azul”, ou seja, sem dívidas, é uma questão de decisão. “Se eu quero fazer diferente, eu preciso ter comprometimento, primeiro comigo. Geralmente, janeiro é uma época em que são muitas as contas a serem pagas. Mas a gente precisa fazer o planejamento financeiro para o ano todo, ou seja, de janeiro a dezembro”, afirmou.
Cultura de consumir
“O problema é que só pensamos em consumir, de forma imediata. Consumimos muito em dezembro, que é o mês no qual aumentamos nosso poder aquisitivo em razão de outros ganhos, e chegamos em janeiro endividados. Isto acontece porque não planejamos nossos gastos para o ano todo. Infelizmente, ainda não temos o contraponto, que é a educação financeira que nos ensina a ‘salvar dinheiro’, ou seja, nos ensina a poupar, a não gastar”, esclareceu.
Ranio Gamita explicou que dinheiro nunca sobra porque enquanto se tiver recurso na mão, se tenta, desesperadamente, consumir esse dinheiro até o último centavo. “Talvez esse seja um dos grandes problemas que nós precisamos mudar. Então, se dinheiro não sobra, o que tenho que fazer é poupar. Poupo uma parte dos meus ganhos, e deixo a outra à disposição para o consumo”, destacou.
“E essa reserva, essa poupança que preciso fazer todo mês, deve ser aumentada a cada mês. É preciso entender que têm coisas que acontecem no dia a dia que fogem a nossa capacidade de gestão. E aí, quando surge uma despesa não prevista, recorro à reserva que fiz. Mas, não posso deixar de repor o que tirei. Às vezes, o que faz a diferença não é nem tanto o quanto eu ganho, mas como administrar da melhor forma possível o que eu ganho”, ressaltou.
Planejamento
O educador financeiro esclareceu que o grande problema do endividamento das pessoas é que muitos querem viver uma vida que não cabe dentro do orçamento que dispõem. “Nosso estilo de vida tem que estar adequado à capacidade do meu bolso. Se não tenho condições de andar de carro porque o financiamento está alto, vou andar de ônibus. Isto não é fácil porque vivemos num mundo onde as facilidades operacionais estão a nossa disposição. Preferimos utilizar um cartão de crédito, exatamente, para suprir os próprios desejos”, salientou.
“O importante é começar. É adquirir o hábito. A partir do momento que se cria o hábito, você vai subindo numa escada de poupança. Não podemos ter o cartão de crédito como um ‘bicho papão’. O cartão de crédito é um crédito a nossa disposição. O que acontece é que não sabemos administrar o crédito do cartão. Pensamos que o cartão de crédito é o décimo quarto salário, e não é. Precisamos ter a consciência de que se utilizar aquele crédito, vou precisar pagar. Então, por isso, precisamos planejar nossos gastos. Daí a importância da educação financeira em nossas vidas”, finalizou.
FONTE: ALEMA